Em relação ao livro gostei bastante, embora pense que para quem lê um livro deste autor seja um pouco difícil. O autor tem, por vezes, um cuidado tão grande em exprimir e completar as suas ideias que é fácil para leitor se perder na estória. Outro dos aspectos é o facto de incluir os discursos das personagens na continuação no texto sem a introdução do travessão para indicar o inicio da fala, o que por vezes torna-se um pouco confuso.

Em relação ao filme digamos que não gostei assim muito. Não que o filme seja mau, até porque penso estar bastante bom, mas o facto de já se conhecer a estória faz com que se saiba sempre o que vai acontecer, e talvez não se dê atenção suficiente ao filme.
Penso que o que se passa no livro está bem retratado no filme, embora o realizador não tenha representado algumas cenas / personagens do livro.
Ler o livro antes do de ver o filme... nunca mais. De qualquer das formas aconselho o filme.
Fica aqui um paragrafo do livro que achei genial...
"Saíram dois hóspedes, um casal idoso, ela passou para dentro, premiu o botão do terceiro andar, trezentos e doze era o número que a esperava, é aqui, bateu discretamente à porta, dez minutos depois estava nua, aos quinze gemia, aos dezoito sussurrava palavras de amor que já não tinha necessidade de fingir, aos vinte começava a perder a cabeça, aos vinte e um sentiu que o corpo se lhe despedaçava de prazer, aos vinte e dois gritou, Agora, agora, e quando recuperou a consciência disse, exausta e feliz, Ainda vejo tudo branco."
(Ensaio sobre a cegueira de José Saramago)
1 comentário:
É brutal sim senhores! Essa passagem está perfeita para se "explicar" o livro: uma descrição que tem tanto de simples, como de rica. Perfeito.
Quanto ao filme, já me tinham dito isso, mas vou dar o benefício da dúvida! ;)
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